terça-feira, 17 de agosto de 2010

Um passeio a Sós
Sábado a meio da manha lá sai eu para mais uns quilometros de treino/pratica. Estava um dia excepcional para andar de bike. Pena foi que acabei por sair só, já que o resto do pessoal á ultima da hora se lembrou de arrancar para a Povoa de Lanhoso, não é a minha preferência fazer dezenas de quilometros numa só jornada, como costumo dizer, quando a bike dói, deixa de ter graça.
Tinha planeado um percurso para o GPS e foi isso que fui fazer. O percurso tinha cerca de 67km, mas nestas coisas, quando nos metemos a fazer percursos nas cartas e depois vamos para o terreno as coisas tem que levar correcções, nesse dia não foi excepção.
Sair só é também uma vertente, se bem que um pouco perigosa, que me entusiasma. Assim sendo lá sai eu por volta das 10.00h em direcção a Vilarinho das Cambas. Repeti algumas partes da Quarta-feira passada, tive de enfrentar de novo os cães em Fradelos, desta vez passaram de 2 para 5! Assustei-me um pouco, mas depois de dar um berro para chamar alguém da quinta, eles assustaram-se e afastaram-se. Não deixei de reclamar com a senhora que entretanto apareceu á janela, que tem que ter os cães controlados. Mas com cães ainda teria mais surpresas…
Seguia entretanto o trilho no GPS, que me ocupa e distrai um pouco, deixando as introspecções habituais um pouco para segundo plano. Mesmo assim não deixei de reflectir como é difícil entender os anseios dos nossos filhos, principalmente da minha filha (16,5 anos), a conviver com uma paixão, que considera, eterna (!), a ter experiências, que assustam a mãe, que me desiludiram um pouco, por acha-las prematuras, mas sobre tudo, porque tenho muita dificuldade em acompanha-la no crescimento. Muito rápido nuns aspectos muito lento noutros, acho eu! Mas a Vida é isto, um permanente desafio, onde devemos estar presentes!
Entretanto um engano aqui, uma correcção acolá, lá ia eu progredindo no terreno. Quando dei por mim estava a chegar á estrada da Povoa - Famalicão, atravessando uns campos de erva, não houve ninguém a reclamar! Também segundo a Carta deveria existir naquele percurso um trilho. Atravessei a estrada e seguia o percurso pelo meio de uma aldeia tipicamente Minhota, onde se mistura as casas de Brasão com nítidas barracas de uma pobreza artificial, artificial porque muitas vezes, as pessoas vivem naquelas condições porque se acomodaram, porque não arriscaram, não imigraram, não quiseram abandonar as origens, depois os anos passam e quando dão por ela já é tarde e ficam…Ficam pobres…
O percurso entretanto levou-me para fora das aldeias e embrenhei-me mais uma vez no monte. Ao cruzar uma estrada municipal, deparei-me com um cãozinho (+-2 meses), preto, com umas manchitas castanhas. Passei por ele e vi o medo naquele animalzinho, tão desprotegido no meio do nada. Andei mais uns metros…Não resisti voltei para traz e recolhi-o. Primeiro trouxe-o ao colo, depois o percurso levou-me até a Igreja de Courel (Barcelos). Ai liguei para o meu Irmão e pedi-lhe que viesse ao meu encontro para levar o Canzito. Avancei mais um pouco na estrada com o bichito no colo até Góis. Ai esperei pelo transporte para o Canzito. Entreguei o cão ao meu irmão e combinei ir recolhe-lo mais tarde no dia.
Continuei o percurso, tive que recuar alguns quilometros para recuperar o trilho programado.
Ia andando e reflectindo. Como vou resolver o problema do cão? Imaginei, pôr os meus filhos encarregues de arranjar um dono, porque infelizmente, eu não podia ficar com ele. Vivo em apartamento e sou daqueles que não concorda com cães em apartamentos. Por outro lado pensava como é possível alguém deixar um animalzinho daqueles num lugar como aquele, longe de tudo, abandonado á sua sorte? Infelizmente é vulgar estas situações, as pessoas continuam a considerar os animais de companhia ou de estimação (!), como os Gatos e os Cães, como peças descartáveis ou brinquedos, com as pilhas gastas!
Com a história do cão perdi muito tempo e quando dei por ela eram 3 da tarde e o percurso ainda ia nos 40 km. Resolvi regressar por estrada.

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