sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Esgotamento
No Capitulo anterior falei na alimentação, a falta dela dá muitas vezes origem a esgotamentos físicos. Alem de serem muito desagradáveis é de difícil recuperação se o biker já tiver uma idadesita!
Mas não é só por falta de alimentação que se verificam os esgotamentos físicos. Muitas vezes há um excesso de autoconfiança que provoca estas situações.
Lembro-me de um episódio que não resisto em conta-lo; Ia-mos um grupo a caminho da Povoa do Lanhoso e um dos companheiros tinha estado parado algum tempo, mas seguia com os restantes a um ritmo que nos criou grande admiração. Perto do Monte do Sameiro verifiquei que ele quebrou, mal parou (também parei), saiu da bike e aninhou-se. Foi instantâneo, no mesmo instante deitou “carga ao mar”. O Fernando (Asa Negra) que também tinha parado assistiu ao colapso e não resistiu de comentar: “Oh pá ainda deitou Gelo inteiro das Caipirinhas, de ontem á noite!!!”
Este episódio ilustra bem como pode acontecer um esgotamento com fins desagradáveis.
Há algumas dicas que todos temos que ter em atenção quando praticamos este desporto. A idade não é a condicionante principal a um bom desempenho. O facto de se ser mais novo também não é sinónimo de bom desempenho. Tudo passa por haver algum senso nos comportamentos. Quando se é novo (até aos 30) recupera-se rapidamente a forma e o desgaste. Depois dos 30 há que ter atenção á frequência de treino/prática; Normalmente a prática de 2 vezes por semana, é suficiente para ter um bom ritmo quer de velocidade quer de “endurance”.
Outros pormenores que podes ter em conta; Caso verifiques que estás a ficar nauseado do esforço, nunca pares de imediato, caso tenhas de descer da bike, larga-a, e caminha lentamente, nunca pares e te aninhes, normalmente esse acto acaba mal.
Nas Subidas difíceis não te entusiasmes pelos outros passarem por ti, cria um ritmo só para ti. Dosear o esforço é uma arte, aprende-a.
Com o hábito aprendes a perceber pequenos sinais que o corpo dá para saber o “nível de combustível”.
Uma das mais frequentes dificuldades com que nos deparamos nas grandes distâncias é com o CÚ! Não existe nenhuma regra ou truque que te garanta não doer o cu ao fim de 4 ou 5 horas de Bike. Há companheiros que parecem macacos depressa ganham calo e este pormenor deixa de ser problema, outros (o meu caso) não há meio de descobrirem o melhor selim. O melhor é ir experimentando até acertares, eu ao fim de 16 anos continuo a tentar!
Outra dificuldade passa pelas costas, ai já resolvi o problema, sempre mas sempre uma cinta. Comigo resulta e pelo que sei é a solução mais fácil. Claro que a posição na bike deve ser a correcta (O selim ao nível do guiador e a rotação do Joelho na perpendicular ao eixo da pedaleira).
As caimbras (sair os músculos) são também para muitos um problema. Felizmente nunca tal me aconteceu, tanto quanto sei tem a ver com a alimentação falta de açúcar ou simplesmente esgotamento físico, que alias me parece ser o mais lógico. O melhor para prevenir estas situações é apurar a preparação e dosear o esforço conforme o passeio estamos fazer.
Em resumo o esgotamento acontece por três motivos principais: Alimentação (falta dela), Treino/Prática e saber Dosear o Esforço (ser imune aos “picanços”).

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Exemplo de satisfação
Andar de bike é um acto de difícil compreensão. Se a Bike foi inventada com o fim de ser um meio de transporte, hoje apesar de em alguns lugares do mundo (Holanda, China, países Asiáticos em Geral), por motivos diferentes ainda o ser, não deixa de ser estranho que haja pessoas como nós.
Andar de Bike de noite, uma vertente recente, com muito potencial de adesão, quer pelo horário mais compatível, quer por ser um desafio diferente, onde os mesmos trilhos, percorridos de Noite, tem outro enquadramento outros desafios, outra magia.
Na passada Quarta-Feira fui com o grupo de JM. Saímos em cima das 8.00h, noite escura (um pouco de Luar), éramos um grupo de 8. Uns com mais outros com menos Luz, pessoalmente gosto do desafio da escuridão! Um pouco de luar, dá-me a luz suficiente para poder “ver”.
É uma experiência que recomendo, diferente, muito “só”, ainda mais introspectiva do que a experiência de dia.
Nesse dia fizemos 30 e poucos quilómetros, por trilhos conhecidos de dia, mas completamente novos com a Noite!
Gostava de conseguir transmitir o que nos vai na alma, quando andamos de Bike. É uma condição de movimento para o qual não fomos criados (o criador achou que devia-mos andar com dois membros!), talvez por isso seja tão, tão…
Um destes dias (quarta-feira) safei-me cedo do trabalho e fui andar só. Logo que comecei começou a cair uma chuva bem pesada. Fez-me logo lembrar “Maratona da Mealhada”, mas continuei. Fui a descoberta de novos trilhos perto de casa, ao mesmo tempo testar o meu GPS, que continua a dar-me seca.
Depois de percorrer 2 km já estava fora de estrada e a calcorrear monte e campos de erva e plantações de Eucaliptos, felizmente limpos. O terreno estava pesado e muito molhado.
Lá ia eu a pensar, como até não tinha grande vontade de começar e agora ia deliciado com o giro. Atravessei a A7 depois de percorrer alguns metros de corta mato, com a Bic ás costas claro! Quando dei por mim já estava em Fradelos. Encontrei então alguns trilhos já conhecidos e continuei, sempre com a chuva como companhia e que chuva!
A noite começou a cair e comecei a tomar a direcção de casa. Pelo caminho ficou a minha luz traseira. O remédio foi por a da frente a trás. Mesmo assim continua a ser um perigo circular nas nossas estradas, os nossos parceiros automobilistas, não são ensinados a conviver com as Bike. Por duas vezes tive que olhar por mim e pelo condutor do Carro!
Cheguei a casa. Muitíssimo molhado. Os pés Molhados mas quentes, graças á tecnologia dos nossos dias. O Sérgio vendeu-me umas peúgas “made in Noruega”, com uma composição de fibras incrível. Tirei-as dos pés, estavam completamente ensopadas, mas estavam quentes! Um banho relaxante, uma comida deliciosa, como sempre lá em casa, graças á minha adorada e paciente esposa, fez desta singela Quarta-Feira um dia feliz - (pelo menos até a altura em que o meu Sporting perdeu em penaltis, a ida á final da Taça de Portugal 2005/2006!?).