terça-feira, 11 de janeiro de 2011

As Pistas / Trilhos
Para praticar o BTT precisas de uma Bike razoável, mas se não percorreres umas boas pistas/trilhos, a Bike pouco conta. O ideal será ter as duas coisas.
Em Portugal temos boas Pistas, muito boas pistas para todos os gostos. Se começarmos no Norte (ex. Castro Laboreiro), temos bons pisos, com acumulados a tocar a violência (!). Se descermos um pouco (ex. S. Luzia Viana) as pistas são do melhor que há. No Nordeste transmontano na zona do Parque de Montezinho (ex. Vinhais) temos pistas mistas de bons pisos misturado com pisos mais perigosos de pedra solta e afiada. Mais a sul um pouco (ex. Tua – Douro), se percorreres as vinhas do famoso Douro usufruis de um espectáculo duro mas deslumbrante (escolhe a altura das vindimas e regala-te com umas boas Uvas). Na região do Centro (Ex. Caramulo) temos pistas de muita dureza, assim como na Serra da Estrela. Se preferires umas pistas mais rolantes vai até ao Alentejo. No Algarve apesar de nunca ter feito nada lá, parece-me ter bons trilhos.
Muitos truques há, para percorrer todos os trilhos com mais segurança, mas essencialmente é preciso andar concentrado nas zonas perigosas (descidas, pisos difíceis e técnicos) e conhecer-mos as nossas limitações.
Depois de te iniciares neste desporto vais logo perceber quais as tuas preferências, subidas longas, subidas técnicas e curtas, descidas técnicas ou descidas de grande velocidade e difíceis. As situações vão aparecer e tu vais perceber que este desporto é ÚNICO! Não é possível fazer uma definição objectiva desta actividade. Ela é encarada por cada um, de maneira diferente. Há aqueles que gostam de percorrer grandes distancias, outros que preferem os passeios curtos e Técnicos e por ai fora…Quando falo de Técnicos, trata-se de percursos onde a agilidade, a capacidade de equilíbrio de força instantânea, ou de habilidade para ultrapassar obstáculos é mais precisa. Instintivamente temos logo noção destas faculdades, depois é só uma questão de pratica e depressa estarás a dominar os traks com toda a confiança.
Para poderes usufruir todos estes trilhos com toda a segurança, mesmo fazendo-o só – apesar de ser uma fórmula que usei muitos anos, não a aconselho – existe uma ferramenta essencial o GPS. Nos anos que percorri muitos quilometros só, não dispensava a Carta Militar 1/25000, para me ajudar na orientação. Devo no entanto concordar que a orientação por Carta não é para todos. Mas com o GPS e com o Banco de “traks” (percursos já verificados) disponíveis nos vários Sítios da Net, hoje é muito fácil dar uns bonitos passeios. Por isso gasta mais uns cobres e pões pernas ao caminho por esse Portugal fora!

sábado, 8 de janeiro de 2011

Os Desafios/Companheiros
Eu costumo dizer que sou imune aos “picanços”. De uma coisa eu tenho consciência, a minha capacidade tem muitas limitações. O treino/prática, a idade, a vontade, condiciona-me as performances.
Neste desporto (alias em todos os desportos), o treino (bem orientado), é essencial para um bom desempenho. Se achares que não precisas, porque já és um “crac”, um dia vais ter uma desilusão. A humildade é uma virtude em qualquer temperamento, muito mais se queres ser um bom praticante desportivo.
Tinha um companheiro (já falecido-52 anos), que era o exemplo do que não deve ser um desportista. Alem das virtudes que todos temos, tinha também os defeitos que um desportista não deve ter, principalmente no nosso desporto; Álcool, Cigarro, Teimosia e Arrogância. Já está do outro lado e que descanse em paz! Ele tinha um dito, bem verdadeiro; Quando parávamos para comer ou simplesmente descansar, ele imediatamente puxava de um cigarro (!) e nós dizíamos: “Sr. Cabral você ainda vai morrer!”; e ele respondia: “ E você não vai?!”…
Importante é também teres um companheiro para te acompanhar nas grandes tiradas. Mesmo que não seja muito conversador, a sua presença é um complemento psicológico importante. A este propósito não posso deixar de salientar um companheiro (e amigo) que já me acompanhou em milhares de quilometros, sendo um excelente conversador e contador de histórias, ele é o companheiro ideal! Obrigado RUI (de Viana pois claro)!
Os companheiros servem também para nos ajudar a lembrar as nossas limitações, mesmo que seja indirectamente, os alertas deles são importantes. Corria o ano de 2006, na Maratona de Esposende, o meu grande amigo Rui, que me acompanhava, a dado altura disse e com toda a propriedade, Alves acho que vamos num ritmo muito forte! Assim era, reduzimos e foi a minha (nossa, nessa altura já nos acompanhava o Alexandre um companheiro que estava num dia Não!) salvação, mesmo assim aconteceu-me um episódio que nunca me tinha acontecido, dor intensa na cabeça e náuseas (Km 86). Na minha idade foi motivo de preocupação. Acabei por concluir tratar-se apenas de cansaço. Uma pausa e águas das pedras com Coca foram o remédio! Apenas só dizer que esta Maratona foi particularmente desgastante – perdi 4kg de Peso!
Estes desafios devem ser encarados como aventuras não como corridas, nas aventuras todos ganhamos, experiência, companheirismo, divertimento e muitas coisas mais, nas Corridas só pode haver um vencedor, só um ganha